poesia, noir:
d.C. 2011/5
Carlos Irineu da Costa in Poesia, poesia

aquilo que sobra quando tudo se cala é o mundo
a seco: o mesmo que sobra
depois que a Glock interrompe o silêncio,
o mesmo que sobra quando a Glock
tira os ruídos de um corpo.
fica um olhar branco que não te olha de volta:
é assim que o mundo te vê, olhando em branco
sem saber que você está aí.
é o mais próximo que dá para chegar dele.

sem retorno.

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