estética da pornografia, frag.210809

está bem claro, para mim, que é possível analisar quase tudo que há de importante na Cultura Ocidental Contemporânea (dos anos 50 para cá, digamos) investigando a fundo a Playboy nos diversos países onde é publicada. é uma tarefa complexa e que exige tempo, porque o material é enorme, mas a verba da Gatsby-Hughes Foundation deve sair e, acredito, nosso Centro de Pesquisas Avançadas logo poderá alocar tempo do supercomputador ShaggyRunner para ajudar nas análises.
o que eu descobri hoje, em um almoço casual aqui em Los Angeles, foi que a profissão de atriz pornô mudou muito desde que publiquei meu último prestigioso ensaio a respeito: “Getting fucked up, but not for free” (Journal of Behavioral Standard Deviations, Tschwotzcklm Verlag, 1992).
estava em meu projeto de pesquisa, almoçando com um grupo seleto de atrizes pornô, quando uma delas mencionou que gostava da carreira - ele sempre quis trabalhar no show business - mas que, na situação atual, um passo em falso significava que, dali em diante, você seria a ‘garota secundária’, aquela que fica fazendo figuração sexual enquanto a atriz principal é devidamente fodida, enrabada ou ambos, com variações.
de fato é um problema, pensei eu, enquanto anotava aquilo e o telefone dela para futura referência. me lembrou, é claro, um assunto relacionado que é o do sujeito que aparece durante 2 ou 3 minutos fazendo um papel realmente tolo em um filme importante. imagino o currículo dessas pessoas: “principal atuação: ter levado um tiro do Clint Eastwood em um filme premiado com Oscar”, ou “participou como mecânico trocando pneu, de costas, em um filme do Tom Cruise”, ou ainda “entregador de pizza em vários episódios de Two and a Half Men”.
não são papéis fáceis de conseguir, mas como fica isso num currículo? e como fica, portanto, a posição daquela bela moça cujo rosto era bonito demais, na minha opinião de produtor especialista, para não estar recebendo a principal ejaculação do filme na cara?
(por que as atrizes de pornô não aprendem a fechar logo os olhos ou tentar sair do ângulo ruim quando o garanhão de plantão vai gozar? as caras de supresa, nojo, o reflexo de tirar o olho da frente … são momentos realmente ruins em uma longa lista de filmes. talvez devessem usar um óculos de mergulho, para proteger os olhos, já que nosso reflexo para fechá-los é automático?)
mandei minhas anotações e a documentação filmada do Grupo de Pesquisa em Orgias para Tzschwotzcklm, para análises posteriores e também lançamento em DVD pirata na China, Tailândia e países próximos.
veremos no que dá.
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