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Sábado
mai072011

the end of everything that stands (the end)

This is the end
Beautiful friend
This is the end
My only friend, the end
Of our elaborate plans, the end
Of everything that stands, the end
I’ll never look into your eyes …. again
(Jim Morrison / The Doors, “The End”, 1967)
imortalizada no (imortal) Apocalypse Now;
ressurge hoje porque o Victor Stéfano comentou (sobre um comentário meu), no Orkut (algum dia; alguém ainda ‘vai’ ao Orkut?) :
A comunidade está morta mesmo, mas gosto de pensar que a “vida inteligente” continua num, sei lá, além-twitter-tumblr-FB-NewOrkut-Google?(Que é só a parte limitada a X caracteres da nossa Eczistência, suponho)… =/

gosto de “eczistência”; sim, limitados a X < ‘realmente pouco’ caracteres; insuficiente; e não descobri até hoje “o que vem depois” daquele fenômeno que foi a “Improbabilidade Infinita”; poderia escrever mil coisas tendo como tema “this is the end, my friend, the end” (é meu caro, este é o fim de tudo, tudo mesmo) e talvez faça isso de fato; é um começo, aqui;

e passei um mês sem escrever (me dói; coisas se acumulam dentro; ectoplasmas) porque não dá tempo, porque os trabalhos precisam sair, o dinheiro precisa entrar, a editora (e a outra) precisam ficar prontas, a vida tem que ir para onde ela vai depois.

so this is not the end. (Lavoisier 2011: no Universo muito se cria, nada se perde, tudo se transforma)

música acabou, contudo.
:até você ouvir Keith Jarrett & Charlie Haden, Jasmine (2007, ECM) - aí você pensa: é, tem vida inteligente aqui. [*2]

sabem, não precisamos de SETI. não precisamos do “out there”, lá fora. não precisamos de espaço sideral e a ‘Fronteira Final’ fica bem perto, fica dentro do mundo digital que, alguma hora vou ter tempo para escrever melhor, é de fato “lá fora”, out there. (achar que a Grande Rede fica “dentro” de algo é se perder na materialidade que suporta os bits; os bits em si vão além.)

e você pensa: ok, se o Keith toca assim, e se eu, minimamente, tento ‘transcender’ a harmonia, os acordes, os ‘sus 4 com sétima’ (sem acorde maior); e se eu, minimamente, tento entender como é que dá para ‘tirar um som’ do teclado (do computador): o que escrevo, como escrevo, então?

passo por Jim Morrison (belo poeta) ouvindo The End (dentro da minha cabeça) você lembra do Apocalypse Now você pensa no que terminou-sem-terminar em música [*1], você pensa nos músicos que pararam, nos autores que não lançam, no meu romance inacabado.

Charlie e Keith me fazem quase chorar. (me quasefazem chorar, quase me fazem etc)

e, naquela comunidade da “Improbabilidade Infinita”, enquanto eu passo de uma reunião a outra ouvindo falar sobre ‘criação coletiva’ e o (novo) zeitgeist editorial do livro como materialização (problemática) das redes sociais, eu penso: nós já fizemos isso, não foi?

e fizemos porque havia um Orkut, e havia um Orkut onde as pessoas tinham um espaço digital para ir além da coisa tacanha que é o Fakebook, do nada do mesmo do parvo do insensato do micro do reduto do TwitterBookTumblrSMS - a nossa existência hoje limitada a X caracteres, e os jornais, parvos parvos parvos, imprimindo tuíteres e ‘coisas’ como se fosse possível alguma ‘interatividade’ nessa mídia tão mais morta quanto não soube se reinventar ou se compreender no novo mundo (inadmirável, terrível, incrédulo, insano) que é Agora, Aqui Dentro -  ///

fizemos porque era possível. havia tempo, é verdade, mas havia espaço e havia um catalizador, nós estávamos todos lá e nós nos encontramos, sem tuíteres, porque encontrávamos uns aos outros pelo que uns e outros dizíamos, e algo se construía em torno disso.

mas Facebook, this is the end of everything that stands, marketing, produtos, fazendinha (por que fazenda, por que não ao menos Angry Birds, genial porém logo sacal, mas Miles Ahead de fazendinha) e o “curti” - curti WTF? curti uma foto? curti um comentário de um link para um vídeo do U-Tube? 

temos que encontrar uma forma de nos reencontrar.

e, sim, eu continuo buscando formas de me reencontrar comigo através de meus textos. é para o que serve minha escrita.

(e isso, isto, não é the end, not until it’s over)

- - -

[*1] link para um artigo não escrito sobre a playlist fixada em ‘sucessos dos 80 / 90’ das FMs de supermercado, das FMs que sobraram, mas, para as FMs, this is the end, my friend, last call; foram tarde, não sinto falta delas

[*2] The Truth is … where? Sabem, ‘qual’ verdade? Em relação a Obama-Osama, por exemplo? Out There? In Here!

[*3] volto aqui e hiperlinko isso depois; tanta coisa…