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Das internas
Sexta-feira
dez172010

Conexão Austrália 4 – Tron 2: boink! [uma resenha direto de Sydney]

Como já disse antes, uma das coisas legais de viver na Austrália (temporariamente) é que estou sempre no futuro – enquanto vocês, nobres concidadãos, estão acordando tranquilamente, meu dia já está acabando e estou partindo para o dia seguinte! Acho muito legal isso, pensar que sexta aqui já acabou mas, se eu mandar mails para o banco, o advogado e meus contatos profissionais, estão todos na manhã de sexta, com um dia inteiro de produção pela frente!

Vim falar sobre Tron 2, após ter escrito “WOK!”, que nem terminei, na verdade.

Recapitulando: 1982, alguém ficou animado com “Pong” (!!) e resolveu fazer um filme que tivesse a ver com “esse negócio de computadores”. Velha história de cara bom, cara malvado, poder corporativo, hackear mainframes e ir parar dentro de um deles. Há uns 5 filmes mais ou menos no gênero (acho que a versao séria de Tron é, muito obviamente “13o Andar”, um clássico em muitos sentidos – um tecnonoir, inclusive - que não me parece ter sido cultuado da forma como mereceria) …. e a história de Tron era, pelo que lembro, interessante apenas para meu “eu” que tinha lá seus 15 anos na época.

Única coisa interessante do filme: a “light race” de motocicletas na Grid que se tornou um clássico dos games de fliperama mais tarde, e depois Commodore, Amiga, PCs primitivos etc.

Márcia, minha amiga, diz uma coisa muito séria sobre filmes: se a premissa é ruim, para que assistir? Não foi bem o que ela disse, mas é quase, e eu incorporei a coisa quando digo que os livros que leio, como editor, têm que ter “questões”. Se você não tem questões, você não consegue dizer por que uma trama é relevante. Não consegue criar conflitos para os personagens, fica tudo meio vazio, sem sentido, saindo de nada e indo para lugar algum.

Isso é Tron 2: um filme que não tem questão alguma, cujos personagens parecem ter saído das teorias meio toscas do “percurso do herói” escritas lá pelo Campbell em 70 e poucos (e outros, acho, mas sempre lembro do Campbell por causa da sopa e porque nunca tive saco de ler o livro dele!), com diálogos que são sucessões de clichês (“me conta como é o nascer do sol”, diz a “13” do House, linda como morena channel fetiche neste filme) e …. pouco depois do início do filme, um personagem diz uma frase que explica – em uma só frase, curta – como vai acabar o filme. O resto do filme é uma espera tediosa para aquilo acontecer. Tensão? Nenhuma, você sabe que “os do bem” ganham no final. Em dúvida? Quem é “do mal” está usando neon laranja, quem é “do bem” essencialmente está usando neon azul.

Daí supostamente tem os efeitos 3D blablabla. Um saco. Eu hoje fico impressionado quando vejo o realismo do GT5 rodando no Playstation 3. Um bando de “bonecos” meio duros num mar de neon, neon, neon … é fácil demais. Legal, os light cycles melhoraram, os jogos na Grid agora têm discos e são 3D. Mas pegaram a dinâmica essencialmente do Super Mario Worlds (ou algo assim, meu filho tem) do Wii, pegaram coisas de jogos diversos (Mario Kart me vêm a mente, curiosamente) e juntaram tudo com neon e um visual high tech sem nenhuma surpresa – clichês visuais, clichês nos efeitos.

O final é tão incrivelmente previsível que, na onda atual de “viradas” nos finais de Hollywood, eles me saem com dois “deus ex-machina” completos (outra hora explico), o que é tecnicamente conhecido como “putz, essa cena vai ferrar tudo!, mas, ah!, tem uma coisa aqui que eu vou mudar, sem motivo interno algum, e aí resolvo, pronto”.

Inovação? Hum. Não, nenhuma.

Mas eu devo deixar uma coisa clara: eu SEI que meus amigos menos chatos com gráficos e os que são vidrados em ação vão dizer que o filme tem “adrenalina”. Novamente, eu ficaria em casa jogando qualquer jogo, o filme é uma perda de tempo completa. MAS (eu sei: o segundo no mesmo parágrafo) acho que é importante pagar para ver numa boa tela (em 2D, em casa, em DVD, juro que vai ser uma catástrofe) porque, durante uns 30 minutos, coisas interessantes acontecem.

Melhor parte do filme, para mim: os stunts ‘reais’ com pessoas fazendo coisas diversas e uma Ducatti sendo pilotada a toda, como deve ser, com as Ducatti.

Aguardo comentários…. 

Sexta-feira
dez172010

Conexão Austrália 3 – WOK!

Ou “WAK!”, se preferirem, que é o som produzido na minha cabeça quando penso no número insano de coisas sobre as quais quero escrever, exceto que não tenho tempo (quando chegar no Brasil, o pirlimpimpim pára de fazer efeito e eu me esqueço de tudo, já sei como essas coisas ‘de escritor’ funcionam).

Então vamos lá, 250 por hora, ainda prometendo voltar e desenvolver tudo.

Sydney é tudo o que o Rio deveria ser mas não deixamos, ou deixamos que deixasse de ser. Não acho que Sydney seja mais bonito que o Rio, acho apenas que Sydney é infinitamente mais amigável, limpo, seguro e, para usar um termo técnico, muito bodoso.

Se eu fosse listar as 10 cidades mais legais para se morar, viver, trabalhar, comer e pirar à noite (não que eu possa pirar à noite no momento, mas é só olhar, com certa inveja, pela janela do ônibus voltando de um concerto na Opera de Sydney que, digam o que disserem, é só “muito boa”, mas não fiquei ‘extasiado’ com a acústica e o interior, no estilo de “concreto brutalista”, tem toques lindos de madeira mas o resto, já disse, é brutal; mas, sim, WOW!, uma sala de concertos com ampla área de vidro dando para uma magnífica baía? por que não fizemos isso no Rio, em vez de afundar aquele porta-aviões medonho que é a tal “cidade da música”, que eu queria muito que implodissem, em vez do Fundão) …. Se eu fosse listar as 10 mais, Sydney estaria dentro.

Você pode andar de ônibus. Tem mais gente nas ruas à noite do que de dia – não, é sério, digo, de dia tem gente esparsamente dispersa pelas ruas, à noite é como se o Baixo Leblon, antes de acabarmos com ele, fosse até o Baixo Gávea, antes de acabarmos com ele, e tivesse gente nas ruas durante todo o trajeto e, em Ipanema – a Bondi Beach local – estariam todos na rua, bebendo, saindo, andando em gangues de moto Kawasaky, Yamaha e Suzuky (quando eu tiver minha própria gangue de motos, tipo, depois que eu souber pilotar uma, vai ser uma gangue de Ducati – e, aliás, os poucos stunts com Ducati no início do novo Tron, que assisti 5 da manhã de quarta para quinta aí no “passado” – aqui é sempre futuro, um barato saber como vai ser o dia seguinte! – são o melhor do filme todo – o filme deveria se chamar “Socorro! O Roteirista sumiu e o diretor foi junto!”).

Pensem num lugar onde o Leonardo DiCaprio passaria meio despercebido por ser baixo demais, comum demais, tolo demais. Pense num lugar onde há clones de Russel Crowe soltos em todas as ruas – não há gente gorda aqui, nem barriguda, mas não me perguntem quantas horas por dia eles todos malham para tirar do sistema a cerveja que tomam aos montes, como os ingleses – … e todas as mulheres da Califórnia com todas as mulheres da Tailândia com os melhores cruzamentos transgênicos entre oriente, ocidente, inglaterra, montes de brasileiros (isso é a cara do Rio como o Rio deveria ter sido em um universo alternativo, já disse) e você fica absolutamente deslumbrado nas ruas, com MUITA gente bacana, seja qual for sua preferência sexual.

Até os sapos verdes, para quem curte sexo com sapos verdes (se você não experimentou, não sabe o que está perdendo!, mas não me pergunte porque eu também não sei !!), são incrivelmente verdes, parecem de brinquedo, tipo plástico japafosforescente, mas eu vejo que estão respirando, nos museus-aquários de bichos vivos.

Ah, passavam tubarões e arraias enormes sobre minha cabeça no Aquarium, e QUE DIABOS O RIO TEM QUE NÃO TEM UM AQUARIUM!!!, o nosso ia ter mais peixes, seria mais bacana, teríamos muitas espécies coloridas, por que não perdemos o que Ariadne um dia definiu como “complexo de precariedade terceiromundista” (Ariadne, darling, te devo um ensaio sério sobre isso, mas aquelas noites todas de conversa não foram em vão) …. e daí simplesmente FAZEMOS?

Olha só: o post vai acabar. É, assim, no meio do nada, no meio da noite, no meio das imagens de pubs cheios e gangues de motos Kawasaky e eu saindo de Tron 2 decepcionado até a quinta geração e os adultos tirando fotos zoadas com papai-noel no shopping e Carolus Linnaeus, saindo do HMS Bagel e vindo aqui continuar sua notória obra “Da Origem das Peruas”, tendo encontrado os primeiros exemplos de adaptação de espécies (as belas moças superproduzidas mas esquisitamente vestidas e over the top “a nivel de” ultraperuas que entraram no 333 – sério, é o ônibus que me traz do Centro para Bondi Junction! – eram brasileiras, mas já mutagenicamente transformadas em ultraperuas semivagabas (qual o termo técnico para quem é só “cheap”, mas nao chega a ser “bitch”, mas está quase lá, mas não é “rich bitch”?) …. eram brasileiras.

Melhor parar aqui, Overload sensório e falei menos do que registrei em um único dia nos Topoi internos.

Eu volto.

Segunda-feira
dez132010

“Com quantas pessoas você já transou?” (como responder a isso)

Lembrei disso hoje, por acaso, como algo esquecido em algum lugar distante de minhas muitas “memórias de escritor” – coisas que eu guardo na cabeça, por vezes sem saber, para usar mais tarde, alguma hora, em algum texto, em geral porque considero que são especialmente interessantes ou boas ou divertidas.

Séculos atrás, quando o Universo era jovem e eu também, de vez em quando surgia essa pergunta, feita para alguém que se estava namorando ou, se ainda me lembro bem de como era isso tudo, como uma pergunta que fazia parte de uma longa conversa cujo objetivo geral era de fato transar com a pessoa com quem se conversava.

A pergunta era “com quantas pessoas você já transou” e era sempre algo difícil de responder, porque, sendo homem, “3” evidentemente não seria um bom número, mas “50” poderia me colocar, na época, como um galinha completo. Ser um galinha completo podia ou não ser um problema naquela época pre-vídeo-que-vazou-no-UTube com “você e 300 garotas transando no banheiro da festa”, essas coisas.

Ser um galinha completo podia significar que você estava fora de um mercado específico. Ter transado com poucas garotas podia significar que você era um banana ou, mais corretamente, que sua banana não tinha sido devidamente apreciada pelas macacas, se me permitem essa expressão peculiar que, no momento, estou achando divertida (mas não deve ser lida com uma conotação machista nem nada, é só um trocadilho tolo com “ser um banana”, aqui na Austrália tenho tido vontade de fazer trocadilhos, já passa).

Para a pessoa (no meu caso, “para a garota”, mas estou sendo contemporâneo e presumindo que o leitor ou a leitora possam ser pansexuais) do pansexo relativamente oposto, também era complicado, mais ou menos pelos mesmos motivos embora a matriz inteira de interpretação fosse completamente diferente.

Então, como eu ia dizer em apenas uma linha antes de me lembrar de todo o contexto que guardo com essas coisas, acho que a melhor resposta que recebi, de uma “amiga” (devo o conceito de “amigas” com aspas à amiga sem aspas Marcia T., a quem serei eternamente grato quando finalmente escrever meu best-seller “Amigas”), foi que ela havia transado com “mais pessoas do que a Lady Di, porém menos que a Madonna”. (Lady Di ainda era viva, para vocês verem quão, digamos, “vintage” todas essas considerações são e, logo em seguida, ficarem impressionados com minha memória, incapaz de lembrar o nome de 2 das 4 pessoas que co-habitam a casa onde estou no momento mas capaz de reter isso tudo com todos esses detalhes, além de outros que omito aqui porque são parte de outras histórias.)

Eu respondi quase a mesma coisa para um cliente – não, não neste sentido, sério! – um cliente gringo a quem estou prestando um serviço – já disse que não é nesse sentido, que coisa! – literalmente impossível de valorar. Eu disse: “no final, espero receber mais que 100 e menos que 10.000”.

Agora podem começar a usar a frase da Lady Di livremente, embora eu recomende fazer substituições contemporaneizadoras, algo como: “mais do que a Rainha da Inglaterra, menos que Lady Gaga”. Hum. Muito embora haja dúvidas sobre Lady Gaga, já que alguns dizem que nem mesmo pansexual ela é. “Mais que Marilyn Monroe e menos que Marilyn Manson”?

Ah, sei lá, vocês me dizem, eu vou aqui no outro post escrever sobre a Ostrália. 

Sábado
dez112010

As Crônicas Australianas 2 – Carros, muitos carros!

O trânsito mais louco do planeta. Cidade vazia, pouco densa, a não ser no Centro; a quantidade de carros nas ruas (fora do centro) faria um feriado no Rio parecer “cheio”. Aqui, nada anda. Mão inglesa, mas o problema não é este. Muitos limites de velocidade, mas o problema não é este. Muitos sinais, todos ativados pelos pedestres, mas isso seria até um prolema a menos.

O problema é que isso aqui, como sistema de trânsito, foi projetado num bar, muito depois de 4h da manhã, por um grupo de bêbados que jamais dirigiram carros, provavelmente nunca tinham visto uma “rua de verdade” e resolveram que o sistema ia ser bem simples, para poderem continuar bebendo e ir jogar sinuca no bar ou algo assim.

O sistema simples é que qualque um pode virar em qualquer um dos 6 sentidos / mãos / lugares possíveis a cada cruzamento a cada esquina, bem como parar no meio da rua para cortar a contramão e se meter numa transversal lá do outro lado. É insano, insalubre, impossível, ilógico, irrazoável, incompreensível. E não funciona, porque todo mundo tem que parar o tempo todo e aí você tem 10 carros numa reta onde ninguém consegue andar e, para cada sinal, você tem que esperar uma de quatro variações de abre-e-fecha para as vias diversas até chegar a sua vez de atravessar lá para um outro lado que iria gerar acidentes horríveis no Rio mas, aqui, apenas permite que você fique perplexo pensando no tal grupo de bêbados que (não) pensou nisso.

Sei lá, peguem uma cidade qualquer do planeta: tirando o pouco que sei sobre trânsito na Tailândia ou na Índia – e posso estar completamente errado, mas acho que não – são alguns dos poucos países que ganham daqui em termos de “zâmbia”. Com o detalhe de que, aqui, os carros tendem a ser ultra-super, a ponto de eu olhar um i30 ou um 307 e pensar “que porcaria de carro pequeno e sem graça”.

Longas histórias a respeito de carros. O que sinto aqui é uma influência da escola de tuning oriental – japonesa, coreana –, o que dá para ver pelas cores e pelo estilo geral de fazer a coisa (muito dinheiro, muito muito dinheiro), mas misturada a uma certa “classe” européia.

Na rua, me divirto vendo modelos diversos de Porsches (um carro comum), Audis sérios (nada da porcaria do A3, a coisa aqui é de A4 e TT para cima, hoje vi um série S, muito bacana), BMWs (ainda mais comuns), Mercedes (praticamente carro popular, tirando os modelos bacanas), uma Masserati que me deixou estonteado, os divertidos Mini Cooper, baratos aqui, e daí uma quantidade infindável dos carros usados em drifting e nas competições em circuitos japoneses nos jogos de corrida (sou veterano do GRID e do NFS: Shift), os Subaru e Mitsubishi, muitos deles modificados, modelos diversos de Hyundai e Honda – não vi nenhum dos “nossos” Honda Civic aqui, onde não faria feio com seu visual novo … É curioso notar que quase não há Volkswagen (vejo soretudo os irados Golf GTi, que acho que nem temos no Brasil) e há poucos GM, Chrysler, Ford … Ou não estou prestando atenção nas coisas mais comuns, o que é bem possível, com tanta coisa legal passando por perto!

MUITAS cores, o que é ótimo, porque no Rio parece que estamos todos comprando carro de funerária, não sei se por medo de chamar a atenção mas, com nosso sol formidável e as cores lindas do Rio, porque a mania esquisita de preto, prata, um pouco de branco? Não entendo, os carros já estão todos ficando iguais, por clonagem redutora de design (li uma entrevista interessante com um executivo da Volkswagen, acho, sobre como eles querem unificar designs, mas não é meu tema agora) … e ainda por cima temos uma frota medonha.

Eu acho que tem muitas coisas seriamente erradas com impostos e preços e a bizarrice de não termos os motores sérios aí – que diabos de terra é essa com estradas infindáveis onde se considera que “2.0” é “esporte” e 170 HP em um mamute pesado como o Fusion é “alta performance”? Putz, 2.0 é lixo, 170 HP não é nada, e eu leio as revistas de automóveis falando disso como se fosse grandes coisas … não é não. Em mercados como o americano, o europeu ou aqui na Austrália você vê um Camaro de 300 e poucos cavalos por U$25 mil (R$50 mil, se não fossem os impostos), os Mercedes feitos no México saem a preço de banana nos EUA – menos que um Honda Civic, por exemplo –, um 307 é um carro que você compra para ir ao mercado e levar as crianças à escola e vi um MiniCooper usado (não vi o ano, foi rápido) vendendo por U$20 mil aqui.

Mas o ponto não é ficar “deslumbrado” com o lance dos outros, é só que, se é para ser uma economia de mercado, se é para o país ir para frente, não só tem que acabar a empulhação ridícula dos impostos sobre as máquinas de produção básicas (conhecidas como “computadores”, dos quais todos precisamos para viver e trabalhar e o governo não se toca disso – desde quando ter um Mac é “luxo”? tem gente que precisa de um Mac, assim como eu preciso poder comprar um laptop que não seja um HP ou um Positivo porque, bom, não confio muito nesses caras, opinião puramente pessoal de quem gosta de Lenovo’s, acha que Sony não anda com muito controle de qualidade e acredita que Mac rodando Windows é sólido) …

Queria que a distribuição de renda fosse melhor, queria que as pessoas pudessem ter carros que não fossem um Ford Ka-indo aos pedaços ou um Fiat depenado, queria que um i30 fosse só o carro careta que ele é e que pudéssemos ter liberdade de escolha. Queria poder comprar um MiniCooper por menos de 50 mil e sair com ele na rua normalmente, e queria que mais pessoas tivessem a chance de escolher carros confortáveis e sólidos, e queria que o pessoal “xem noxaum” se tocasse que 120 mil por um Fusion é meter a mão no bolso dos outros, porque um Fusion não vale isso.

Queria que o Brasil parasse com esse complexo de inferioridade terceiromundista e começasse a assumir aquilo que é, porque temos muito em andamento, muito por fazer, mas somos, provavelmente, muito mais do que nos permitimos ser.

Hora de dormir, alguma hora edito isso tudo e corto em pedaços, outra hora retomo outras coisas (com fotos).

CDC, Sydney, 23:48 de 11 de dezembro

Sábado
dez112010

As Crônicas Australianas [parte n de n+1]

Alo, todos. Ausente durante um tempo porque passei um número incontável de horas em 3 aviões diferentes (alguém me lembra de comentar sobre a African Air ou Air Africa ou algo assim – depois eu lembro, estou em information overload desde antes de sair do Rio; comentar mais tarde sobre a companhia aérea mais krikri do mundo, onde os atendentes acham uma enorme gentileza sua aceitar o refrigerante ou a péssima – péssima “a nível de” intragável, e olha que eu entro em “modo militar” quando saio do país e traço todas!, digo, como de tudo, digo, como quase qualquer coisa que me sirvam, isso, neste sentido, não no outro …. péssima comida de bordo).

E aí eu cheguei em “Cisnei”, como brinco com o nome de Sydney, na Austrália, em New South Wales (tenho que esbanjar meus novos conhecimentos político sócio geográficos), de onde estou tentando há 3 dias (talvez 2) escrever minhas Crônicas Australianas, mas tem sido puxado, aqui, tudo.

Primeira coisa: 13h a mais de diferença. Isso que dizer que eu vivo no futuro!, posso mandar recados sexta à noite para as pessoas começarem a resolver coisas na sexta pela manhã no Rio, e, claro, eu vejo o futuro aqui e posso investir nas Bolsas muito melhor.

Aliás, eu descobri que, se eu fosse um Dark Lord atualmente, em vez de fazer aquelas besteiradas complexas e inúteis do Voldemort (poder, poder, para que poder?, o que se faz com poder?), eu seria banqueiro, que é poder real: você pode comprar coisas e se mover para onde quiser e resolver questões jurídicas facilmente e você tem mil vantagens, como a coisa bizarra de cobrar para guardar o dinheiro dos outros, cobrar juros para você emprestar o dinheiro dos outros e, no geral, ter um lucro inacreditável com um monte de coisas que não são nem nunca foram suas, mas parece que achamos que tudo bem em relação a isso.

Aviso sobre as Crônicas Marcianas, digo, Australianas: o tempo é curto, dias corridos, 13h de fuso não “se lavam fora” fácil, alguma hora melhora, por enquanto vai ser só muito rápido e depois eu tenho que falar com mais calma em janeiro, sei lá, ou quando eu me tocar que devo sair daqui com mais um livro pronto na cabeça.

A outra coisa é que vou violar, ignorar e esquecer completamente minha regra básica deste siteblogue que é algo como “nunca falar sobre mim mesmo ou que diabos eu fiz ou deixei de fazer”. Não acho que ninguém se importe com isso, no geral, e sou altamente contra os “umbigoblogues”, mas aqui é tão tão tão cheio de coisas novas e, claro, não dá tempo para digerir e ficcionalizar tudo (do contrário o livro já estaria ficando pronto a cada dia), então vai a coisa crua mesmo.

O que é bacana.

Estou na casa de um grego que mora na Austrália e trabalha aqui e é neurocientista. Minha esposa veio a trabalho e eu vim com trabalho e também trouxemos as duas crianças, o que dá ainda mais trabalho, então tende a ser insano. Aliás, turismo dá muito trabalho e é extremamente cansativo, então eu conto com o tempo tranquilo de 12h de trabalho no Rio, em janeiro, para descansar daqui.

Erros ortográficos grosseiros serão admitidos até depois do “Revelhão” porque eu tenho que digitar isso realmente rápido e não posso levar 1 ou 2h melhorando as coisas como realmente faço.

Então, como é a Austrália?

Hora para o próximo post.