Imagens & Tópicos
Das internas

Entries in lá fora (14)

Sábado
mar122011

[curtas] Galactic Empire State of Mind

(inaugurando uma ‘seção’ chamada Curtas, como vocês podem ver, para eu ter como …. é, mandar links e dizer coisas curtas, nem tudo precisa de uma página de texto…)

em cima de “Empire State of Mind”, duo do Jay-Z (‘correto’) com a Alicia Keys (uma das melhores vozes por aí, no momento; o tipo de voz que me faz ficar arrepiado e irritado porque, ‘como as coisas estão’, ela fica cantando umas bobeiras que não estão no nível dela)

anyway: vídeo abaixo: impagável: Star Wars rende muitas paródias hilárias, essa é uma das melhores. featuring Darth Vader como rapper e Princesa Alicia Leia Keys.

http://www.youtube.com/watch?v=YNyE2xExktA

FUOP!

Sábado
jan292011

Ikkyu: 1

vá escrevendo tuas questões profundas adormecido

quando acordar mesmo você terá partido


trad. BR: Carlos Irineu;
a partir da versão US de Stephen Berg,
in: “Crow with no mouth” 

Sábado
dez252010

As Crônicas Australianas 8 – Sydney, a Luz e fotografias

Quando viajo, fico especialmente atento à luz. Em geral não temos tempo de nos preocupar com ela “em casa”, estamos presos no trânsito ou estamos “fora do instante”, pensando nos problemas anteriores, avaliando problemas futuros, resolvendo coisas em nossas mentes. Não é Zen e, por mais que isso – revisar, repensar, avaliar, prever – possa ser muito útil para nosso cotidiano profissional & pessoal, isso nos retira do instante presente e paramos de prestar atenção ao que está em volta. Como a luz, por exemplo.

Não sou um fotógrafo profissional: não ganho dinheiro com isso, não tenho uma ‘meta’ ou preocupações estéticas sérias. É diferente de escrever (vocês não têm idéia de quantas críticas cada um destes textos recebe, e de quanto eu odeio quando sei que, temporariamente, não posso me dedicar à Forma, preso, como estou agora, a tentar falar sobre uma quantidade enorme de coisas novas que me prendem e me puxam; A Forma requer um despreendimento, requer dias, semanas, meses, requer retornos e revisões; isso aqui é “jornalismo”, tão impressionista quanto possível, mas é para comunicar, mais do que refletir; e, não, nem sempre há uma distinção clara entre as duas coisas, mas eu sempre sei o quanto minha linguagem está mais para o lado “poético” (forma) do que para o lado fático (função)).

Não sou um fotógrafo profissional, mas sou um amante da Luz. Tenho muito a dizer sobre minha relação entre aprender a “olhar as cidades” (olhar as coisas, olhar as paisagens) e em como isso se relaciona com me aprofundar na fotografia (fotografo “a sério como hobby” desde os 15 anos, com pretensões de saber o que faço, entender a técnica, observar o trabalho dos outros, aprender o possível, ler a respeito, experimentar diferentes coisas e, mais recentemente, discutir o que há de bom, o que há de ruim e o que pode haver de interessante nessa passagem do analógico para o digital, seja em música, em fotografia ou nos textos – e, sim, vocês vão ler outro artigo depois com algum pensamento meu sobre o que é “analógico” em um texto e o que é um texto “digital”) e, mais recentemente, em como eu passei a “procurar a luz certa”, a amar a luz e a observar a luz.

IMG_7762 Vejam a foto ao lado. Faz parte de uma série de imagens que tirei olhando para “dentro” de Sydney a partir do Jardim Botânico, que é belíssimo e me faz pensar por que o nosso, do Rio, é tão ingênuo, tão “chato”, tão sem cor (verde, verde e verde: temos muito mais cores que isso no Brasil!). Não quero falar do Jardim Botânico agora, contudo. Quero falar sobre esta foto, assim como as outras que não vou colocar neste texto mas estarão no meu Flickr em breve.

Eram quase 16h quanto estávamos caminhando perto deste ponto. Havia uns 20 minutos que eu olhava para o “cityscape”, como chamo as paisagens urbanas, e via esses prédios “Matrix”, imponentes, espelhados, com uma bela arquitetura, perfeitamente alinhados daquele ponto de onde eu olhava (já fotografei os mesmos prédios de dois outros pontos, não é a mesma coisa) MAS eu tinha um problema impossível de resolver: a luz aqui, num dia de sol, nesta latitude baixa, é um azul chapado que torna o céu muitas vezes desinteressante e tira a profundidade das coisas. Em outras palavras, estava tudo perfeito, menos o céu – e o céu era meu pano de fundo e, sem pano de fundo interessante, não haveria foto.

Eu brinco muito com minha esposa (atéia fervorosa!, enquanto eu tenho uma tendência a me dizer “agnóstico não praticante”) sobre eu manter Deus na minha folha de pagamentos, sobretudo durante nossas viagens. Na Itália, em 2008, foi formidável: eu tive aquela luz mediterrânea de outono, perfeita, que me fez entender, sem teoria alguma, por que as pinturas francesas que eu conheço tão bem eram completamente diferentes das italianas de períodos próximos – a luz é outra! E Deus estava lá, na Itália, me acompanhando e me dando desde tardes fabulosas até nuvens dramáticas que surgiam em momentos essenciais. Deus recebeu muitas moedas, que eu dava toda vez que entrava em uma igreja, para perplexidade e diversão de minha esposa, sabendo ela que eu obviamente não acredito que poderia “comprar” os favores de deus algum com moedas mas que, paradoxalmente, aquele era meu ato simbólico de entregar um pouco dessa “riqueza dos homens” (ou um símbolo de [suposta] riqueza) frente à riqueza do deus-universo-acaso.

Voltando à foto do cityscape de Sydney visto do Jardim Botânico: pouco depois da minha decepção sobre quão “chapadas” as fotos iriam ficar, e enquanto eu pensava a respeito de usar o algoritmo “melhorador de céu” do Photoshop (muito o que falar sobre “Transmutações do Corpo via Photoshop”, um ensaio futuro), bom, Deus se fez presente e lançou sobre nós uma frente fria que, como costuma acontecer aqui em meio / fim de tarde, vem de dentro da cidade (mais quente) em direção ao mar (mais frio e mais úmido). Venta muito, a temperatura em geral cai entre 5 a 10 graus e, neste dia, isso seria acompanhado de nuvens dramaticamente cinzas e, eu sabia perfeitamente, chuva forte. Avisei à família que teríamos chuva em 15 minutos (aprendi a entender a velocidade das nuvens, aqui, que é muito diferente daí) mas não me deram muita bola. Casaco “impérvido” (sério, é impressionante, dá para tirar gotas d’água dele como se fossem folhas) em mãos, comecei a olhar atentamente as mudanças nas nuvens e procurar o lugar certo para estar quanto a frente de tempestade passasse por cima de mim, em direção ao outro lado da Baía.

Essa foto é resultado disso – não tem manipulação digital alguma, aí. Minha Canon viu isso ou, mais exatamente, “coagi ligeiramente” o fotômetro da Canon para que ele me retornasse o que estava frente a meus olhos e dentro de mim.

Há uma outra foto ainda mais impressionante – acho eu –, um panorama de 180 ~ 270 graus tirado com a máquina apontada para a direção oposta, onde é possível ver a linha perfeita formada pela frente de tempestade. Essa, contudo, precisa que o Photoshop crie o “stitch”, a união das várias fotos que tirei para compor os tais 180 ~ 270 graus. Fica para quando eu voltar, então, mas prometo colocar no Flickr assim que tiver um pouco mais de tempo ( www.flickr.com/photos/carlosirineu ).

Faltou dizer um monte de coisas, mas espero que a foto diga parte delas por mim!

Sexta-feira
dez172010

Conexão Austrália 3 – WOK!

Ou “WAK!”, se preferirem, que é o som produzido na minha cabeça quando penso no número insano de coisas sobre as quais quero escrever, exceto que não tenho tempo (quando chegar no Brasil, o pirlimpimpim pára de fazer efeito e eu me esqueço de tudo, já sei como essas coisas ‘de escritor’ funcionam).

Então vamos lá, 250 por hora, ainda prometendo voltar e desenvolver tudo.

Sydney é tudo o que o Rio deveria ser mas não deixamos, ou deixamos que deixasse de ser. Não acho que Sydney seja mais bonito que o Rio, acho apenas que Sydney é infinitamente mais amigável, limpo, seguro e, para usar um termo técnico, muito bodoso.

Se eu fosse listar as 10 cidades mais legais para se morar, viver, trabalhar, comer e pirar à noite (não que eu possa pirar à noite no momento, mas é só olhar, com certa inveja, pela janela do ônibus voltando de um concerto na Opera de Sydney que, digam o que disserem, é só “muito boa”, mas não fiquei ‘extasiado’ com a acústica e o interior, no estilo de “concreto brutalista”, tem toques lindos de madeira mas o resto, já disse, é brutal; mas, sim, WOW!, uma sala de concertos com ampla área de vidro dando para uma magnífica baía? por que não fizemos isso no Rio, em vez de afundar aquele porta-aviões medonho que é a tal “cidade da música”, que eu queria muito que implodissem, em vez do Fundão) …. Se eu fosse listar as 10 mais, Sydney estaria dentro.

Você pode andar de ônibus. Tem mais gente nas ruas à noite do que de dia – não, é sério, digo, de dia tem gente esparsamente dispersa pelas ruas, à noite é como se o Baixo Leblon, antes de acabarmos com ele, fosse até o Baixo Gávea, antes de acabarmos com ele, e tivesse gente nas ruas durante todo o trajeto e, em Ipanema – a Bondi Beach local – estariam todos na rua, bebendo, saindo, andando em gangues de moto Kawasaky, Yamaha e Suzuky (quando eu tiver minha própria gangue de motos, tipo, depois que eu souber pilotar uma, vai ser uma gangue de Ducati – e, aliás, os poucos stunts com Ducati no início do novo Tron, que assisti 5 da manhã de quarta para quinta aí no “passado” – aqui é sempre futuro, um barato saber como vai ser o dia seguinte! – são o melhor do filme todo – o filme deveria se chamar “Socorro! O Roteirista sumiu e o diretor foi junto!”).

Pensem num lugar onde o Leonardo DiCaprio passaria meio despercebido por ser baixo demais, comum demais, tolo demais. Pense num lugar onde há clones de Russel Crowe soltos em todas as ruas – não há gente gorda aqui, nem barriguda, mas não me perguntem quantas horas por dia eles todos malham para tirar do sistema a cerveja que tomam aos montes, como os ingleses – … e todas as mulheres da Califórnia com todas as mulheres da Tailândia com os melhores cruzamentos transgênicos entre oriente, ocidente, inglaterra, montes de brasileiros (isso é a cara do Rio como o Rio deveria ter sido em um universo alternativo, já disse) e você fica absolutamente deslumbrado nas ruas, com MUITA gente bacana, seja qual for sua preferência sexual.

Até os sapos verdes, para quem curte sexo com sapos verdes (se você não experimentou, não sabe o que está perdendo!, mas não me pergunte porque eu também não sei !!), são incrivelmente verdes, parecem de brinquedo, tipo plástico japafosforescente, mas eu vejo que estão respirando, nos museus-aquários de bichos vivos.

Ah, passavam tubarões e arraias enormes sobre minha cabeça no Aquarium, e QUE DIABOS O RIO TEM QUE NÃO TEM UM AQUARIUM!!!, o nosso ia ter mais peixes, seria mais bacana, teríamos muitas espécies coloridas, por que não perdemos o que Ariadne um dia definiu como “complexo de precariedade terceiromundista” (Ariadne, darling, te devo um ensaio sério sobre isso, mas aquelas noites todas de conversa não foram em vão) …. e daí simplesmente FAZEMOS?

Olha só: o post vai acabar. É, assim, no meio do nada, no meio da noite, no meio das imagens de pubs cheios e gangues de motos Kawasaky e eu saindo de Tron 2 decepcionado até a quinta geração e os adultos tirando fotos zoadas com papai-noel no shopping e Carolus Linnaeus, saindo do HMS Bagel e vindo aqui continuar sua notória obra “Da Origem das Peruas”, tendo encontrado os primeiros exemplos de adaptação de espécies (as belas moças superproduzidas mas esquisitamente vestidas e over the top “a nivel de” ultraperuas que entraram no 333 – sério, é o ônibus que me traz do Centro para Bondi Junction! – eram brasileiras, mas já mutagenicamente transformadas em ultraperuas semivagabas (qual o termo técnico para quem é só “cheap”, mas nao chega a ser “bitch”, mas está quase lá, mas não é “rich bitch”?) …. eram brasileiras.

Melhor parar aqui, Overload sensório e falei menos do que registrei em um único dia nos Topoi internos.

Eu volto.

Sábado
nov132010

O Sonho e a Avançada Civilização Submarina de Golfinhos e Baleias [uma viagem]

[22 nov 2010: título corrigido; revisão ortográfica e pequenas alterações no texto]

Acordei lentamente da minha “soneca da tarde” numa quinta. Odeio dormir à tarde, mas estava sendo uma semana difícil. Tive um daqueles sonhos quando já se está quase acordado mas, como estava muito (muito) cansado, não conseguia levantar e meu cérebro quase-consciente resolveu se meter no sonho e discutir assuntos. Foi divertido – e mostra um pouco por que alguns dentre nós têm a opção de escrever ou escrever ou enlouquecer.  ~;0)

Formalmente, para quem se interessar, é um texto sobre as relações entre as premissas dos textos ficcionais e o desenvolvimento de uma trama. Mas é também uma viagem completa – vocês, leitores, decidem o que querem tirar daqui. Eu estava só sonhando as coisas que sonho.

O Cérebro pegou um roteiro de filme de ação já interessante (meu sonho imediatamente anterior) e criou novos elementos em cima disso.

No primeiro sonho, o planeta todo era monitorado por computadores, satélites e câmeras, mas as corporações, os governos e as máquinas precisavam de pessoas especiais, sobre-humanas, munidas de implantes de GPS e câmeras de visão ampliada, para conseguir “ver” em lugares ou situações difíceis: nuvens atrapalhando os satélites, tempestades de neve e ainda aquelas vezes em que é preciso entrar dentro de cavernas ou mergulhar em mar revolto, por exemplo. Diria que parte disso pode ser feito por aviões-robô, e foi quando eu comecei a discutir comigo sobre essa premissa ter problemas de desenvolvimento.

Eu tinha criado um personagem que seria um “superagente” (bleargh de recauchutagem ortográfica!), equipado com um bote “inafundável”, e que ia se meter numa tempestade marítma para ver algo que os satélites não conseguiam ver – descobrir o que estava havendo com um plataforma de petróleo no Mar do Norte, por exemplo.

Claro que a próxima questão é: mas e se o bote inafundável for atacado por uma orca, a baleia assassina que não é baleia?

O Sonho passou um tempo pensando nisso. Nem discutiu se há orcas no Mar do Norte ou não, mas é uma questão importante. O problema d’O Sonho era se ele poderia criar um material e uma construção que uma orca, tendo aqueles dentes de orca e mandíbulas de orca, não conseguisse detonar nem destruir dando aquelas pancadas de orca com o corpo.

Foi quando O Sonho teve outra idéia legal, porque o Cérebro obviamente começou a se encher de pensar sobre como construir “botes à prova de orca” (a baleia assassina que não é baleia, acho que já mencionei), embora a indústria de plataformas de petróleo do Mar do Norte talvez gostasse de saber das conclusões a que cheguei. (Eu talvez ainda desenvolva a idéia como conto, porque gosto de um ser humano ‘no limite’ que sirva para fazer aquilo que, hoje, desejamos que as máquinas façam. É uma boa inversão de idéias, merece ser explorada.)

O Sonho resolveu então se lançar sobre uma nova hipótese e teorizar sobre o que iria acontecer se, numa “Hipótese Gaia”, os seres marinhos desenvolvessem uma civilização. De forma ficcionalmente coerente, deveria ser completamente diferente da nossa, e lembrei da minha neurocientista predileta dizendo que nosso Imaginário é limitado por nosso conhecimento do Real, então resolvi (ainda sonhando) que puxaria a coisa até o ponto em que o Imaginário tivesse que extrapolar sobre o Real e, modulando parâmetros, tentasse chegar a algo plausível, mas não existente ainda.

Ao menos não ficaria óbvio, entendem? Não seria uma trama do tipo “Atlântida” ou “os golfinhos na verdade são extra-terrestres” (embora Douglas tenha se saído bem com isso, mas, claro, a intenção de Douglas era ser non-sense). Foi o que O Sonho pensou, ao menos.

Para onde foi tudo isso? Para não ficar enorme, respostas & uma grande trama para Hollywood dentro de um ou dois dias, aqui no site.