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Das internas
Domingo
jun132010

Junho, 13/2010 – De volta & mudanças

Voltando ao Brasil e retomando as atividades de escrita. Muitas coisas a dizer.

Estou muito tentado a deslocar as conversas mais tecnóides para outro site, em parceria com um ou dois amigos, e deixar aqui minha escrita-pensamento, mais do que as considerações técnicas … embora nem sempre ache que exista fronteira entre as duas.

Minha viagem recente consistiu de uns 8 dias úmidos e quentes e com chuvas diárias em Orlando (“O Inferno na Selva da Disney”) e cerca de 3 dias em Orange County, nos arredores de Los Angeles. Muitas idéias, percepções e coisas a narrar-relatar após este tempo fora, coisas observadas ou vividas.

Algumas fotos que pretendo compartilhar, aqui e/ou no Flickr. Cuido disso assim que possível.

Os artigos que quero escrever serão, para começar, muito curtos. Depois eu penso para onde vou com o formato.

Agradeço por todas as visitas – o site agora parece ter um público constante, mesmo quando estou fora.

Vamos ao que precisa ser dito ….

CDC

Domingo
jun062010

De volta em breve [6 de junho]

Prezados frequentadores habituais e também menos habituais do Doppelganger:

O Doppel e toda a gang estão em curtas férias turbinadas na NorteAmérica por mais uns dias.

Muitas coisas novas para falar, não tenho tido tempo (nem acesso durante muito tempo) para escrever mas fico fazendo listas mentais de temas.

Coisas como:

* Americanos não sabem cozinhar

* Como fast-food virou slow crappy food (ou: Americanos não sabem cozinhar p.2)

* Extenso “Guia Extremo de Sobrevivência na Disney” (versão Radical, que é com crianças e andando 10h por dia)

* Por que animatronics não são mais interessantes e o que há de novo em montanhas russas (escrito por um Veterano nessa coisa toda de montanhas russas)

* Como o novo Shrek 3, em 3D, fica realmente bacana no Imax (rá, essa é para os paulistas pararem de encher o saco com o Imax deles, duvido que seja 3:-D !)

* Algo sobre Simulações, Simulacro, e quando o Real supera o Imaginário

* Umas coisas sobre o Walt Disney em si e o conceito de “franquia de franquias”

 

….. e o que ainda vier na etapa “Los Angeles” da viagem.

Tem mais coisas e eu queria muito poder gravar tudo isso em áudio com a voz dos “apresentadores felizes” (permanentemente felizes) da Disney” …. mas não vai dar, então escolham sua Voz de Ator Canastrão favorita e releiam o que eu disse acima com esta voz, por favor, em tom alegre, alegre e alegre.

Tenho que ir. Jantar mais hamburguer ou mais pizza ou mais alguma coisa na Nação dos Crônicamente Obesos, que é o que isso aqui já se tornou.

CDC OUT

Segunda-feira
mai242010

Por que acho que ‘livros de papel’ estão com os dias contados

Não falo muito sobre livros no site. É curioso, considerando-se que sou formado em literatura, tenho um mestrado em literatura e trabalho sobretudo como tradutor, mas também sou escritor e, algumas vezes, editor. Talvez eu leve o assunto a sério demais ou talvez eu ache que, como já trabalho com livros, falar sobre eles seria apenas mais trabalho.

Livros, contudo, são uma grande paixão – e por isso trabalho com eles.

Na última semana, li dois livros: “The Big Sleep” (Raymond Chandler, 1939) e “Do Androids Dream of Electric Sheep” (Philip K. Dick, 1968). Fora isso, estou relendo poesias do Bukowski (“The Days Run Away Like Wild Horses”), começando o novo livro do Albert-Laszlo Barabasi (“Bursts: The Hidden Pattern Behind Everything We Do”) e, como um editor está sondando se eu quero traduzir um autor que eu amo, mas cujo último livro que eu traduzi foi um pequeno parto, também estou lendo este livro (não posso dizer qual é) para ver o que acho da idéia de traduzi-lo.

O que os quatro livros têm em comum? Li ou estou lendo todos no Kindle DX, mesmo tendo versões impressas de 2 deles. O Kindle anda ‘carregado’ também com os capítulos do meu próprio romance, em estágios diversos de edição, coisas que preciso ler por questões acadêmicas e outros livros que quero começar a ler em seguida. Seria o suficiente para deixar uma mochila bem pesada.

Eu comprei de novo os 2 livros que já tinha em papel para poder ler no Kindle. Por que? Porque é mais fácil, porque ficam todos em um só lugar, porque não ocupam espaço, porque posso ler deitado na cama sem todos os inconvenientes de um livro físico [1]. Quando o iPad chegar, posso até desligar a luz de cabeceira que, por vezes, incomoda minha esposa e ler em baixo contraste, no escuro.

Só pela enorme facilidade que isso tudo representa, eu já ficaria feliz em aposentar quase todos meus livros físicos, substituindo-os aos poucos pelas versões eletrônicas.

Não tem como eu dizer o quão importante é, para mim, saber que não tenho mais que lidar com “papel”. Papel mofa (e sou alérgico, infelizmente, porque adoro livros antigos – não velhos, mas antigos!), papel envelhece (minhas edições de bolso americanas ou francesas de muitos livros estão em estado deplorável) e, pior que tudo isso, para quem tem muitos livros, papel ocupa um espaço insano.

Além disso, minhas estantes, onde só há livros, ocupam, hoje, 22m lineares. ‘Engordei’ quase 5m lineares durante o mestrado e suponho que, durante o doutorado, entrem uns 10m adicionais. Se eu for contar minha coleção de quadrinhos, a metragem aumenta mais um pouco.

Toda vez que eu me mudo – tem sido mais frequente do que eu gostaria nos últimos 6 anos, ainda que as razões em geral tenham sido boas – tenho que encaixotar cuidadosamente todos os livros e desmontar estantes (que, hoje, já são pranchas colocadas sobre ‘espinhas’ de metal, ambas fáceis de levar e reorganizar em outras configurações de espaço) e remontar estantes e chamar um marceneiro para fazer acertos. É pesado, chato, demorado, estraga alguns livros e custa algum dinheiro.

Acho que a equação mudou, e acho que as editoras deveriam prestar atenção nisso, se não quiserem acabar como as gravadoras acabaram. “Papel” não importa mais – o conteúdo importa. O que importa é a qualidade da edição eletrônica, o preço (os preços na Amazon por vezes variam muito de uma edição para outra), a tradução (bom, sou tradutor, então leio muito em inglês e francês, um pouco menos em espanhol e em italiano; mas não leio em grego nem em latim nem em alemão nem em russo….) e o valor agregado pelo trabalho editorial. Que, por enquanto, para quase todas as edições eletrônicas que tenho, é ZERO.

Tenho muito a dizer sobre o trabalho editorial, mas, por enquanto, queria só começar a falar sobre como os e-books não são nenhuma “revolução” – por enquanto, ainda são livros muito ‘caretas’ em seu formato – e sobre o quanto a mudança de suporte será, em poucos anos, irrelevante.

 

[1] Os “inconvenientes”: Onde colocar o livro quando você vai dormir de fato, os marcadores de página que vivem caindo, a posição incômoda de leitura na cama, tendo que segurar as páginas que já passaram e, por outro lado, o recurso ótimo de marcar trechos interessantes dos livros clicando em um botão do Kindle. Fim da encheção de saco com os belos Post It transparentes americanos que eu uso nos livros reais mas que acabam estragando o papel.

Segunda-feira
mai242010

O 'Book', novo e revolucionário dispositivo [dois vídeos do YouTube]

Este não é um artigo sério sobre o que eu penso a respeito do Kindle for iPad ser melhor no iPad do que no Kindle DX. É uma brincadeira curta com dois links para vídeos que brincam com livros e com os livros eletrônicos.

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Quinta-feira
mai202010

Kindle vs. iPad vs. Android: iPad vence

Resumo executivo para apressados: No texto abaixo, procuro mostrar que o iPad é a melhor solução atual para quem precisa de um leitor de eBooks. Estabeleço uma comparação com o Kindle DX e especulo sobre as diferentes estratégias de mercado em jogo.

Continuo sendo um forte crítico da Apple - a postura arrogante de Jobs é injustificável e intolerável - mas mantenho minha posição de que, não importa que tipo de tablets venham a ser lançados, rodando Android ou MS Whatever, é difícil fazer algo mais interessante e mais simples de usar que o iPad.

Nunca publiquei meu artigo a respeito, mas achei tolice a Amazon ter partido para o mercado violentamente competitivo de devices (dispositivos) em vez de se entranhar naquilo que é seu foco de negócios, aquilo que realmente fazem bem: vendas on-line.

Ao criar o Kindle - e depois ao criar o Kindle que funciona de fato, o DX - Jeff Bezos talvez estivesse tentando solucionar um impasse, porque não havia, na época, nenhum leitor decente de eBooks a não ser o Sony Reader, um fracasso comercial por vários motivos.

Acho lógico pensar, como eu pensava na época, que um grande problema do Sony Reader, além do tamanho reduzido, era a falta de uma loja para vender ... livros. A Sony criou uma loja. Não foi bem sucedida porque nunca foi levada a sério. [1]

Então vamos pensar que a Amazon criou o Kindle para poder vender Kindle Books. Como um Kindle Book custa "quase zero" e é vendido pelo mesmo preço de um livro impresso, a margem de todo mundo nessa história, seja lá qual for o acordo atual deles com as editoras, é potencialmente muito alta.

A Amazon Kindle Store afirma ter, hoje, mais de 540.000 títulos.

O que há de errado com o Kindle, então? Nada. O DX tem um formato adequado para ler PDFs e, naturalmente, livros em formato Kindle. É chato não ter backlight, mas livros de papel possuem a mesma limitação.

A questão é que a Amazon, num ato que eu considero "suicídio comercial" [2] lançou o Kindle for PC e o Kindle for iPhone, e agora também o Kindle for iPad.

Comprando um iPad, pelo mesmo preço que um Kindle DX agora destinado ao lixão tecnológico, você tem um dispositivo que é colorido, sensível ao toque, bem acabado, serve para mil coisas [3] e ainda permite ao seu usuário ler livros no formato iBook que a Apple lançou...

Além disso, você tem acesso aos 540 mil livros Kindle da Amazon, graças ao Kindle for iPhone / iPad que mencionei acima.

Pergunto: por que alguém compraria um Kindle DX hoje, em vez de um iPad? Sei lá.

O Kindle é tecnologia morta. Para mim, a briga agora é entre o formato de vendas e ePublishing (e royalties!) da Amazon versus o formato da Apple Store. É aí que está o jogo.

E, para fechar meu artigo, é também aí que penso que o Android entra no terreno perdendo de lavada, porque não compreendeu o terreno.

De novo: a última coisa que eu quero no meu computador é um OS da Apple e tecnologia fechada da Apple.

MAS a última coisa que eu quero no meu dispositivo de surfar web, ler livros e ver filmes é saber qual o OS que ele usa. Assim como minha TV, espero que ele ligue e funcione.

E ponto final.

 

[1] A história de como a Sony deixou de ganhar mais uma batalha é longa e eu acho que já publicaram um livro sobre a sucessão de decisões empresariais ruins que a Sony tem acumulado. Eu tenho que escrever um artigo sobre o Sony Walkman. A Apple está indo muito bem com o iPhone, tendo vendido, até o abril de 2010, cerca de 50 milhões de unidades. Nos 20 ~ 25 anos que dominou o mercado de "tocadores de música" com o Walkman, contudo (1979 ~ 1999, embora a marca continue existindo), a Sony vendeu 100 milhões de aparelhos. E, claro, não podemos comparar vendas de dispositivos eletroeletrônicos dos anos 80 e 90 com as vendas atuais, num mercado muito mais propenso não só a comprá-los, como também a ter 3 ou 4 de cada. Eu ficava bem feliz, quando tinha meus 18 anos, de ter UM Walkman, e achei o máximo quando pude comprar meu primeiro Discman e ouvir CDs em vez de fitas!

[2] Se não for suicídio é, ao menos, uma tentativa impossível de ter o melhor dos dois mundos: venda de hardware Kindle e venda de livros Kindle. Eles vão perder na arena do hardware, a menos que façam uma parceria improvável com a Google e lancem um Kindle Android, o que seria enfiar os pés pelas mãos – Amazon não fabrica devices, a Amazon não entende o que é o mercado de devices… Mas, sim, eles têm dinheiro suficiente para bancar uns 10 anos desse jogo até entender como mudar as regras do jogo.

[3] A lista completa é tão longa quanto a variedade de aplicativos disponíveis, hoje, na Apple Store. Para um usuário básico, eu diria … o básico: navegar pela web, ler e responder mails, interagir com o Twitter / Facebook, ver vídeos do YouTube, criar e ler documentos, planilhas e apresentações, ver filmes e séries de TV, ouvir música, fazer música e jogar.