Imagens & Tópicos
Das internas
Quarta-feira
dez302009

Massive Attack [Teardrop]: "o amor é um fazer"

Teardrop é uma daquelas músicas tão belas que não precisava “significar” nada. A Liz Fraser (voz única, marca do também único Cocteau Twins), diáfana sobre uma batida trip hop, mas já meio noir, bastaria.

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Segunda-feira
dez282009

Lorem ipsum dolor sit amet - você já pensou a respeito?

Você sabe de onde vem o Lorem Ipsum Dolor? Sabe o que significa? A resposta (medianamente improvável) está aqui!

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Domingo
dez272009

Crepúsculo: Vampirizaram Romeu e Julieta

Crepúsculo é Romeu e Julieta vampirizado (literamente e em duplo sentido) por uma moça. Vendeu horrores. Talvez porque as pessoas não estejam lendo Romeu e Julieta. Que é muito mais interessante. Talvez porque os leitores estejam se deixando levar por essa tendência da “nova escrita” americana. Essencialmente, consiste em escrever mal. Frases curtas. Diálogos tolos. Não constróem mais personagens. Não há estilo. Jogam uma história banal para fazer de conta que existe algo no livro-filme. Não existe. A única estética é “vender”. Que nunca foi estética – chama-se “retorno sobre investimento”, “lucro”.

Se houver uma estética, contudo, é a de escrever livros pensando em como serão filmados. Leio os “capítulos” – pode ser Crepúsculo ou pode ser Dan Brown – e, em vez de uma estrutura montada para contar uma história (chama-se “narrativa”; bom, chamava-se…) há um arremedo de enredo, com descrições enormes (e chatérrimas) para ajudar na hora de filmar. Nenhum autor de best-sellers (sobrou algum outro tipo de autor ou já morremos todos de fome?) escreve algo, hoje, sem pensar na bilheteria do filme.

Entro nas livrarias e só encontro isso: uma frase. Outra. Poucas palavras. Vocabulário imbecil. Remixagem do imaginário mais banal. Diálogos tolos. Personagens que não me dizem nada. Histórias que não me interessam porque não tem tensão interna, não tem um motivo para eu me interessar por aquilo. 

Admirável Mundo Novo. Bom que o Huxley morreu e não tem que suportar isso.

Crepúsculo: vampiro Emo se apaixona por garota XemNoxaum (e também Emo) e os dois vivem um amor proibido. Fim do livro-filme.

Construção de personagens: zero. Diálogos: zero. Originalidade da trama: negativo.

Cadê o Shakespeare ou, ao menos, uma autora que tinha uma boa história para contar e sabia fazê-lo, como era o caso da Rowling com seu Harry Potter?

Rapaz e moça se apaixonam. Romeu e Julieta. Amor impossível. Romeu e Julieta. Final trágico: não ia vender, então cortaram essa parte. Grandes sacadas do Shakespeare: Stephanie M. não tem sacadas, ela mal consegue lidar com as frases estilo sujeito – verbo – predicado.

E aí fazem o filme. Passado num lugar lindo do estado de Washington, norte dos EUA, onde muito por acaso eu estive – passei por boa parte das locações de filmagem, inclusive a cidade, que existe de fato, o lago, que é bem mais bonito ao vivo, e as florestas, que têm nuances de cor e luz que se perderam no filme.

O que o diretor de fotografia ou o cineasta estavam pensando quando colocaram aquelas câmeras “noviça rebelde” rodando o tempo todo em torno do casal Emo? Os dois deitados no chão, “se amando”, num momento Emo, era completamente Esplendor na Relva. A trilha sonora beirou várias vezes o indizível, como quando havia uma flauta maluca tocando umas notas xem noxaum, meio atonal, e o que eu ouvia era uma espécie de ruído agudo chato no fundo. Colocaram música rock-tecno aqui e ali, pessimamente mixada, tudo baixo, muito chapado. Os atores era atrozes, os diálogos contrangedores. Palavra mais falada no filme: “yeah…”, seguida por “well” e “ok”.

E a cena de baseball, além de não servir para absolutamente nada dentro da história – ah!, esperem!, é quando os “vampiros do mal” descobrem a menina Emo que não tem medo de ser sugada até a morte e aquela imitação de Quadribol com Wire-Fu tirado dos chineses serviu para isso. Bola de baseball supersônica? Ia estourar, é fisicamente ridículo e é um pretexto medíocre.

É inacreditavelmente ruim, sob todos os aspectos em que consigo pensar – e eu estava sinceramente tentando gostar do filme! – e, no entanto, faz um sucesso enorme. Não sei dizer qual a pior parte do filme, mas sei qual foi a melhor: os créditos finais!

Existe um desenvolvimento a fazer aqui no site sobre o futuro dessa tendência de juntar “tudo aqui agora”: vampiros purpurinados com lobisomens, daí vão entrar X-Men e Pokemons e acho que alguma hora o Ronnie McDonald vai ser personagem também. Falo sobre o Ronnie e essa maluquice de “tudo junto” em breve.

Um amigo me dizia que “com o sucesso não se discute”. E Crepúsculo tem o mérito de fazer sucesso jogando no lixo tudo o que havia de interessante sobre vampiros e colocando uns “lobisomens indígenas” em cena. Eu hoje diria para o antigo amigo: é, não se discute o sucesso mas, se o preço a pagar é descer tão baixo, então é hora de nos perguntarmos o que está havendo de muito errado para que “sucesso”, hoje, seja Crepúsculo e mais um do Dan Brown.

A música já morreu. Agora a literatura, ou ao menos a arte de narrar histórias, vai junto até o fundo do poço?

May god have mercy upon my very mortal soul…

Segunda-feira
dez212009

Xem Noxaum, vá lá, mas tem limites… acho

banheiro_madrugda  Na linha uma imagem vale o que a imagem vale, que também é a linha “que diabos eu escrevo que possa ser mais ‘enfático’ do que isso aqui”, e agradecendo novamente à Civilização pela sua Infinita Criatividade nos Assuntos Xem Noxaum, deixo aqui a imagem.

Estou pensando que o próximo passo lógico é criar uma Seita. Como Criador, eu me tornaria automaticamente Pastor Xem Noxaum. Ou algo assim.

E … FUOP!

BBS.

Segunda-feira
dez212009

Berlusconi: ser atacado por louco melhora ibope

Vá lá que, na Itália, ibope não se chama ibope, mas eles têm o índice de aprovação deles.

o de Berlusconi melhorou, voltando a ficar acima de 50% (fonte: meu celular).

Berlusconi, 15o homem mais rico do mundo, lider partidário, Presidente do Conselho de Ministros da Itália (não, isso não é igreja evangélica!), estava (está?) sendo investigado por corrupção, fraude, desvio disso e daquilo, envolvimento com a Máfia e outras coisas normais na Itália. (Brasileiro é muito mais italiano do que português, mas isso é outro assunto XemNoxaum.)

daí um cara obviamente antenado com a situação – está protegido da sociedade, em “tratamento psiquiátrico” -, mas não exatamente satisfeito com o andar da carruagem da Lei & da Ordem, resolveu que empastelar o Berlusconi com uma reprodução metálica da Catedral de Milão era uma solução para parte dos problemas (fonte: entra na web!, putz…).

* a notar que a Agência de Sósias e Paparazzos que dá acessoria jurídica para esta coluna condena veementemente qualquer tipo de agressão física contra seres humanos, animais e até mesmo políticos.

daí, ok, Berlusconi não se safou dessa e quebrou o nariz e dois dentes. o que mostra que a Justiça pode ser Cega, mas algumas pessoas têm boa pontaria.

o que é XemNoxaum nisso é que, em troca de bem menos que um acidente médio de bicicleta, o Presidente do Conselho dos Ministros Maçônicos (ou era “da Itália”? Dan Brown vive me confundindo…) conseguiu elevar drasticamente seu ibope.

esta Coluna espera agora que os publicitários do planeta se toquem e comecem a contratar Sósias e Paparazzos para atingir políticos com reproduções de catedrais, cristos redentores, torres effeil e obeliscos variados e ainda estátuas da liberdade ou qualquer outro tipo que possa, como disse a Agência anteriormente citada, “trazer boas oportunidades de comoção”.

* a notar que a associação de idéias aqui apresentada tem cunho Dadaísta e não apresenta nenhum “fato” ou sequer “opinião”.

Berlusconi teria dito, ao chegar ao hospital: “Paus e reproduções de catedrais podem quebrar meus ossos, mas palavras não me atingirão”, mas o Bing! (serviço de pesquisa nomeado em homenagem ao Chandler) não encontrou nenhuma fonte séria para afirmar ou desafirmar isso.